Advogados alvos de operação por facilitar dados a presos são condenados a 15 anos de prisão em MT
13/01/2025
Além das condenações, os réus terão que respeitar medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, suspensão da atividade de advogar em casos na esfera criminal e outros. Da esquerda para a direita: Roberto, Hingritty e Jéssica.
Reprodução
Os advogados Roberto Luís de Oliveira, Hingritty Borges Mingotti e Jéssica Maróstica foram condenados a 15 anos de prisão, ao todo, por facilitar dados a presos de alta periculosidade do estado. Conforme a decisão assinada nesse domingo (12), cada advogado teve um tempo de pena diferente, mas todos foram condenados a pagamento de multas, veja abaixo:
Advogados
Roberto Luís de Oliveira: 5 anos e 5 meses em regime semiaberto;
Hingritty Borges Mingotti: 5 anos e 4 meses em regime semiaberto;
Jéssica Daiane Maróstica: 4 anos e 8 meses em regime semiaberto;
O g1 tenta localizar a defesa dos profissionais citados.
Além dos advogados, dois membros de uma organização criminosa foram condenados a 6 anos de prisão em regime fechado, cada.
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De acordo com a decisão, outro advogado investigado, Tallis de Lara Evangelista, de 26 anos, foi absolvido da condenação "por não ter provas suficientes que o réu participou do crime ou tinha ligação com os fatos acusados".
Já o policial militar Leonardo Qualio, também investigado na operação por supostamente "repassar boletins de ocorrência a Roberto com o objetivo de manter os líderes da facção criminosa informados", não teve essa acusação analisada pelo juiz. Isso porque a avaliação desse tipo de procedimento é competência de uma unidade especializada, responsável por julgar militares conforme a legislação.
Os advogados foram condenados por determinação do juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5° Vara Criminal de Sinop. A condenação foi resultado da Operação Gravatas, que investigava o repasse de dados a chefes de organizações criminosas, deflagrada em março de 2024.
Os réus terão que respeitar medidas cautelares como:
Uso de tornozeleira eletrônica;
suspensão da atividade de advogar em casos na esfera criminal;
proibição da entrada em estabelecimentos prisionais ou unidades policiais;
Recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 05h;
manter números de telefone e endereços atualizados;
Suspensão do passaporte.
Operação Gravatas
Ação apreendeu cerca de R$ 100 mil na casa de uma advogada, segundo a polícia
Polícia Civil
Deflagrada em 2024, foram cumpridos ordens de mandado de busca e apreensão das ordens judiciais contra os advogados foi acompanhado pelo Tribunal de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).
A investigação apontava ainda que líderes da facção criminosa se associaram aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, com divisão de tarefas a fim de obterem vantagem financeira e jurídica, com a prática de crimes, como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.
A equipe também fez o levantamento do número de pessoas que a banca de advogados defendeu nos últimos dois anos, sendo que um dos advogados representou 205 clientes, dos quais 168 eram ligados a uma facção criminosa envolvida em tráfico de drogas, roubos e homicídios.
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